O meu filho pediu um smartphone ao Pai Natal – e agora?

Próximo artigo

Chegou o momento de o seu filho receber o primeiro smartphone. Antes do Pai Natal fazer a sua descida pela chaminé para o entregar, certifique-se de ajudar o seu filho a usar o novo equipamento de forma segura e responsável.

 

Escolher o presente de Natal certo para os seus filhos pode ser muito desgastante, talvez duplamente, se a criança ainda estiver na pré-adolescência. É nessa idade que muitas crianças sentem que são demasiado velhas para brinquedos e começam a insistir que precisam do seu primeiro smartphone.

De facto, nessa idade, é provável que quase todos os seus amigos já tenham um smartphone, o que só aumenta a pressão sobre os pais que tentam resistir a oferecer um até ao 8.º ano, quando a criança tem 13 ou 14 anos. De acordo com um estudo da Boutique Research (citado pela Forbes), 95% das crianças portuguesas com 10 ou mais anos já têm o seu próprio smartphone. E abaixo dos 10 anos o número é, ainda assim, elevado: 34%.

As crianças de hoje em dia crescem com vários gadgets à sua volta, sendo os tablets uma ocorrência comum na sala de aula de alguns países. Assim, nesta altura, a questão para a maioria dos pais já não é “quando”, mas “como” falar com os seus filhos sobre temas complexos como privacidade e segurança.

 

Estará o seu filho pronto?

Como encarregado de educação ou cuidador, você é o único que pode realmente tomar a decisão final. Mas a ESET pode ajudá-lo a detetar desafios específicos quando se trata de decidir se este Natal é o momento certo para dar ao seu filho um smartphone. Há algumas questões que deve considerar de antemão:

·       Qual é a principal razão pela qual está a considerar dar um smartphone ao seu filho? Se é só para permitir chamadas e mensagens de texto, um telefone básico não seria suficiente?

·       Como é o dia-a-dia do seu filho? Vão apenas de casa para a escola e voltam? Ou seria útil para eles ter uma câmara e um GPS para o caso de se perderem?

·       Qual é a política na escola do seu filho sobre o uso de dispositivos móveis?

·       O seu filho partilharia proactivamente consigo experiências negativas online? Eles já tiveram alguma?

·       As conversas sobre privacidade e segurança na Internet são um tópico comum em casa e na escola?

Este último ponto pode na verdade ser fundamental. Embora possamos concordar em grande parte que os smartphones são úteis para a comunicação, se o valor de um smartphone para o seu filho supera os seus riscos, isso deve-se ao esforço que os professores e educadores fazem para criar consciência de tópicos como: (1) a razão pela qual os dados pessoais são tão importantes, (2) porque é importante usar palavras-passe forte, e (3) porque é que os dispositivos pessoais e métodos de autenticação não devem ser partilhados com os amigos.

Se acha que estes tópicos são demasiado complexos para os seus pré-adolescentes, então não lhes deve dar um smartphone. Mas note que as crianças de hoje cresceram com a tecnologia, e você e professores dos mais novos precisam de os preparar para estes tópicos cada vez mais cedo.

10 dicas para o ajudar a si e ao seu filho

1.     Primeiro de tudo, lembre-se que pode ter controlo sobre o smartphone do seu filho. Pode decidir que apps eles podem instalar e a quanto tempo de ecrã têm direito. Ambos os sistemas iOS e Android permitem-lhe gerir muitos destes controlos parentais, mas também pode encontrar algumas outras opções de segurança robustas. A ESET disponibiliza o ESET Parental Control, uma app Android amiga de toda a família que permite manter os mais novos em segurança online.

2.     Considere as diferentes marcas e sistemas operativos disponíveis no mercado ao escolher o smartphone certo. Pense principalmente na forma como cada marca gere a proteção de dados e a privacidade. Além disso, considere o preço do dispositivo que o seu filho irá usar, e tenha em mente que, na sua juventude, as crianças podem ser alvos fáceis para os ladrões.

3.     Crianças e adolescentes usam os seus smartphones para se manterem ligados aos seus amigos. Além disso, eles são também uma forma de socialização. Por esta razão, lembre-se que ao castigar uma criança “confiscando” o seu dispositivo, não está apenas a tirar-lhe “o seu brinquedo favorito”, mas uma grande parte da sua interação com amigos e colegas. Em vez disso, considere o uso de outros controlos, tais como a limitação do tempo de ecrã para aplicações específicas que veja que estão a ser mal ou excessivamente utilizadas. Novamente, o ESET Parental Control contribui para manter os mais novos em segurança com funcionalidades de limite de tempo nas apps, relatório de utilização web, entre outras.

4.     Acima de tudo, crie perfis para si próprio nas plataformas de redes sociais onde o seu filho está ativo. Faça o pedido para os seguir, monitorize a sua atividade e informe-os que o está a fazer. Não só estará mais em contacto com a realidade deles, mas estará a ajudá-los a aprender como regular a sua presença online.

5.     Não há como contornar isto: Os pré-adolescentes e os adolescentes precisam de explorar as suas identidades. Parte do que vê através das redes sociais dos mais novos pode parecer assustador, mas é importante permanecer calmo e gentil, e lembrar que essas explorações são um comportamento normal e saudável para as crianças. Dito isto, nunca hesite em falar com o seu filho sobre qualquer coisa que veja que lhe diga respeito. E insista absolutamente em falar sobre segurança online, possíveis riscos e bullying online. Crie um espaço seguro onde o seu filho possa confiar em si, mas esteja sempre atento a comportamentos impróprios e avisos.

6.     Estabeleça limites. Quer seja o smartphone ou a televisão, limite o tempo de ecrã do seu filho para garantir que ele também está a prestar atenção a outras coisas, tais como ler, jogar um jogo ou encontrar-se pessoalmente com amigos. Estabeleça regras claras, tais como “Nada de smartphones durante o jantar ou 30 minutos antes de ir para a cama”. Dar regras claras às crianças desde o início também as ajudará a aprender a gerir o seu tempo.

7.     Conheça as palavras-passe dos seus filhos, mas respeite o seu direito à privacidade, desde que eles sigam as regras que você acordou. Isto é importante para assegurar uma relação baseada na confiança. Lembre-se que as crianças podem ser sorrateiras e a sua compreensão quase inata da tecnologia pode tornar mais fácil enganá-lo se não tiver cuidado. Por exemplo, se o seu filho tende a seguir a maioria das regras, mas você acha que ele usa o smartphone depois da hora de dormir, considere tirar-lhe o smartphone à noite, garantindo-lhe, ainda assim, que não vai vasculhar por ele.

8.     O bom comportamento pode ser recompensado com tempo adicional de ecrã. O avanço da maturidade e a mudança de necessidades também afetarão as regras de uso do smartphone. Por exemplo, embora possa querer limitar o tempo de ecrã do WhatsApp do seu filho de 10 anos, quando ele fizer 13 anos, é possível que já tenha levantado essa restrição. Por outro lado, poderá estar disposto a dar ao seu filho de 10 anos mais tempo para jogos móveis do que o que pretende permitir aos 14 anos, para garantir que não perdem o foco nos estudos. Tenha em mente que embora lhe caiba a si tomar qualquer decisão, terá melhor cooperação se conseguir levar o seu filho a concordar com o que sugere, em vez de apenas o impor.

9.     Perder ou partir o seu dispositivo não tem de significar que ele será substituído, e se for, estabeleça antecipadamente quem vai pagar pela substituição. Enquanto algumas crianças podem ser facilmente distraídas e propensas a perder os seus pertences, mesmo uma criança responsável pode perder um smartphone, tal como um adulto pode. Em qualquer dos casos, é importante assegurar que o seu filho sabe que os smartphones são caros. Eles devem estar conscientes de que lhes cabe a eles serem responsáveis pelo dispositivo e assegurar-se de que não o perdem.

10.  Lembre-se que as regras básicas de uso do smartphone que estabelece para o seu filho também se devem aplicar a si. Se o smartphone do seu filho não for permitido na mesa de jantar, o seu também não deve estar lá. Se está a tentar que o seu filho passe mais tempo a ler um livro, não se sente ao lado deles e consulte as suas redes sociais enquanto eles leem. Claro que nem sempre será capaz de seguir as regras (por exemplo, pode precisar de responder a uma chamada do seu chefe durante o jantar de família). Se precisar, explique por que razão uma regra específica pode não se aplicar a si por vezes, e sugira ao seu filho que à medida que eles envelhecem, também lhes serão permitidas algumas exceções.

Deixar as crianças possuir um smartphone não tem de ser uma dor de cabeça. É um desafio e acrescenta às preocupações habituais dos pais, mas um smartphone também pode ser uma ferramenta incrível para manter as crianças em contacto com familiares e amigos, ajudando-os a guardar memórias, encorajando-os a aprender algo novo e a procurarem ajuda em caso de emergência.

Ensine ao seu filho as diferentes formas como ele pode usar os seus dispositivos de forma a tornar as suas vidas mais fáceis e ainda mais divertidas. Mostre-lhes música e filmes, assim como jogos educativos e a Wikipédia. Ensine-lhes como usar corretamente os motores de busca. E lembre-os que, tal como na vida real, eles não devem falar com estranhos, muito menos partilhar informações pessoais com eles.