Recém-lançado na Netflix, este documentário evidencia, por meio de um caso real, os impactos e consequências que as vítimas de catfishing – um golpe baseado em roubo de identidade – podem enfrentar.
Kirat Assi é a protagonista involuntária de “Sweet Bobby: A Pesadelo de uma Identidade Falsa”, documentário recém-lançado pela Netflix. A história narra como Kirat foi enganada por quase 10 anos por meio de um ardiloso golpe romântico realizado via Facebook, que mudou sua vida.
Para compreender a gravidade dessa farsa, basta saber que Simran Bhogal, a golpista que roubou a identidade e se passava por Bobby (que na verdade, era seu primo), criou mais de 60 perfis fictícios para dar credibilidade à história. Isso tudo sem jamais mostrar seu rosto.
Ao longo dos anos, Kirat sofreu manipulações tão profundas que tomou decisões que alteraram sua vida, tudo para atender às exigências de “Bobby”. Ela se afastou de seu círculo social, passou a reportar constantemente sua localização e suas interações, desistiu de seu emprego e adiou o sonho de ser mãe. Sem perceber, sua saúde emocional foi severamente afetada.
Após anos de promessas não cumpridas e de nunca ter se encontrado pessoalmente com Bobby, Kirat contratou um investigador privado para descobrir onde ele morava e confrontá-lo. Ao chegar lá, ela encontrou o verdadeiro Bobby, que não entendia nada do que estava acontecendo. No dia seguinte, Simran se apresentou na casa de Kirat para confessar o crime, mas o dano já estava feito.
Este caso revela as consequências do catfishing, um golpe cada vez mais comum, onde os criminosos usam perfis falsos para enganar suas vítimas, causando grandes danos. Em 2023, nos Estados Unidos, quase 65.000 casos de estelionato romântico foram denunciados, com perdas próximas a 1,5 bilhão de dólares, de acordo com a Comissão Federal de Comércio. Vale ressaltar que a cifra real provavelmente é maior, já que muitas vítimas não denunciam por vergonha.
O que é catfishing?
Catfishing é uma técnica utilizada por cibercriminosos para se passar por outra pessoa, criando perfis falsos em redes sociais ou aplicativos de namoro. O objetivo é ganhar a confiança da vítima e manipular ela para obter benefícios, como dinheiro, acesso a contas bancárias, informações pessoais e até dispositivos.
Como funciona o catfishing?
Os atacantes que praticam catfishing investem tempo criando perfis convincentes em diversas plataformas online, com histórias detalhadas sobre hobbies, empregos e outros personagens fictícios para dar credibilidade à história. Inicialmente, o atacante entra em contato com a vítima por meio de uma solicitação ou mensagem direta, tentando estabelecer uma conexão emocional.
Com o tempo, o golpista pode criar uma situação de urgência para pedir dinheiro, ou até manipular a vítima a ponto de ela compartilhar informações sensíveis, como senhas, fotos íntimas e dados pessoais.
Como se proteger do catfishing?
A principal recomendação é manter a cautela e certificar-se de que está falando com uma pessoa real. Verifique as fotos no perfil e procure inconsistências nas histórias contadas. Uma boa prática é usar a pesquisa reversa de imagens, para checar a origem das fotos. Além disso, desconfie de situações de urgência, uma estratégia muito usada pelos criminosos. E, por fim, nunca compartilhe informações pessoais, dados sensíveis ou dinheiro com pessoas que você conhece apenas online.